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RITO ADONHIRAMITA

O RITO ADONHIRAMITA


DOUTRINA E SIMBOLOGIA

DISMISTIFICANDO O RITO ADONHIRAMITA






INTRODUÇÃO


Segundo uma corrente histórica fortemente adotada na nossa Sublime Instituição e, particularmente do Rito Adonhiramita, a Maçonaria teve origem nas antigas Fraternidades Iniciáticas do Egito, das quais rece­beu a tradição simbólica que, com o maior cuidado, guarda intacta, a fim de poder transmiti-la aos seus Iniciados

De acordo com uma antiga lenda, existia no oriente uma ordem filosófica chamada "Sociedade de Hormuz (ou Ormuz)" fundada por Hormuz, Sacerdote Seráfico de Alexandrino, conhecido também como Sábio de Memphis, convertido por São Marcos por volta do ano 43 d.C. Em seguida, o dito Sábio converteu seus adeptos, modificou a doutrina dos egípcios segundo os princípios do cristianismo. De acordo com os relatos, essa ordem professavam um misto de doutrinas egípcia e cristã, auto denominavam-se "Sábio da Luz". Uma ordem repleta de alegorias e mistérios, trazendo como emblema, uma "Cruz Vermelha".

Os Sábios da Luz seriam os únicos repositórios da sabedoria egípcia, purificado pelo cristianismo, vieram a se reunir em uma escola chamada "Da Ciência de Salomão" de origem essênio-judaica, de onde talvez, surgisse a Maçonaria.

De acordo com a história, entre 1187-1188, após a tomada de Jerusalém por Saladino, discípulos dessa antiga Escola fundaram na Europa, a Ordem dos Cavaleiros do Oriente, onde ensinavam altas ciências. Com base nas correntes literárias, encontram-se seus vestígios por volta de 1196. Dizem que Raymond d´Lulle a ela pertenceu e foi quem iniciou o filho de Henrique III, rei da Inglaterra.

O Rito Adonhiramita foi assim criado em 1738, com sua a publicação de seus rituais definitivo em 1744 (Catéchisme dés Francs Maçons ou Le Secret dés Francs Maçons) por Louis Antoine Travenol, que usava o pseudônimo (atualmente nome histórico) de Abade Leonard Gabanon, sendo reformado por Louis Theodore Henri Tschoudy (1752-1769) com a participação ativa de Jean Baptiste Thomas Pirlet; e uma segunda reforma por Louis Guillemain Saint-Victor (1782-1785).

O Rito Adonhiramita é um sistema maçônico cuja à história é quase impossível fazer-se por falta de documentação histórica. A história dos reis e dos povos, de seus costumes e de seus atos, traça a evolução da humana, de suas crenças e costumes, assim foi a base de criação do Rito Adonhiramita por seu idealizador.

Do mesmo modo que os an­ti­gos filósofos egíp­cios, para subtrair seus segre­dos e mis­térios aos olhos profanos, mi­nistravam seu ensino por meio de símbolos e alegorias, a Or­dem Maçônica, conti­nu­ando aquela antiga tra­dição, encerra sua Doutrina e Filosofia em símbolos e alego­rias, pe­los quais ocultam suas ver­dades ao mundo profano, só as reve­lando àqueles que ingressam nos seus Templos e que tem a percepção aguçada e a imaginação além do tempo.

O SURGIMENTO OFICIAL DO RITO ADONHIRAMITA NA EUROPA

Conforme registros do Grande Oriente da França, em 1773 foi criada uma comissão para os altos graus (como já havia ocorrido na Inglaterra), a partir daí, começa a aparecer naquele país, Capítulos ou Lojas Capitulares objetivando gerir os ditos graus filosóficos. Neste momento de euforia maçônica foi proposto por Alexandre Louis Roettiers de Montaleau, uma nesta comissão para estudar os graus existentes e praticados na França, buscando criar um sistema ordenado que contemplasse toda filosofia em um único compendio como ocorrido na Alemanha.

Assim, neste efervescer de acontecimentos próprios da época, Louis Guillemain de Saint-Victor publica o “Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite” (1ª Ed. – A Philadélphie/Philarethe), sendo traduzido para a língua portuguesa como “Coleção Preciosa da Maçonaria Adonhiramita”, com os quatros primeiros graus: um compêndio onde encontra-se descrito os Graus de Aprendiz, Companheiro, Mestre Maçom e Mestre Perfeito, completando assim, o simbolismo da época e, de fato, sintetizando toda vertente francesa daquele tempo, colocando Adonhiram como o grande nome da Lenda Maçônica.

Em 1785, o Grande Capítulo Geral da França entrega seu trabalho de "Síntese dos Altos Graus Franceses". No ano seguinte, Louis Guillermain de Saint-Victor publica a segunda edição da Coleção Preciosa. Foram, portanto, seis anos depois da primeira edição, como ele próprio informa no texto da apresentação da nova publicação.

E nesta segunda edição, ele apresenta o ritual com 12 Graus (sendo o Grau Rosa Cruz como o "nec plus ultra”, seguido de um texto inserido no final da nova edição, informando tratar-se, simplesmente, de uma curiosidade maçônica e não mais um específico Grau.

Saint-Victor afirmava que o Grau chamado, Cavaleiros Noaquita ou Cavaleiro Prussiano não teria nenhuma conexão com a série anterior de doze graus apresentada por ele, deixando claro que seria somente a título de complemento e curiosidade maçônica que trouxe para o seu segundo volume da Compilação Preciosa, um compendio alemão, de Karl-Friedrich von Köppen, traduzido de M. de Bérage (Les plus secrets mystères des hauts grades de la maçonnerie devoilés ou le vrai Rose-Croix suivi de Noachite; 1774).

Afirmam os autores que a obra de Saint-Victor teve repercussão extremamente positiva a ponto de após o lançamento da primeira edição e mesmo ano do lançamento da segunda edição da Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita já estava sendo publicada no exterior, especificamente na Filadélfia, EUA. Esta obra se tornou uma referência canônica do Rito Adonhiramita, foi com ela que o rito alcançou ampla divulgação e expansão na Europa, chegando a se tornar o principal Rito do Grande Oriente Lusitano, sendo exportado para suas colônias, África, Ásia e Novo Mundo (Brasil e américa latina). Na França, tornou-se, junto com a estrutura proposta pelo Grande Capítulo Geral, o padrão da Maçonaria Ortodoxia.

O SURGIMENTO OFICIAL DO RITO ADONHIRAMITA NO BRASIL

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Alguns autores acreditam na possibilidade das lojas “Reunião” (1801) e “Distintiva” (1812), terem trabalhado no Rito Adonhiramita por conta de intercâmbio dos viajantes portugueses e franceses da época na cidade do Rio de Janeiro, infelizmente, sem prova documental. Pode-se afirmar que o rito foi oficialmente instalado no Brasil, em 15 de novembro de 1815, com a fundação da Loja Maçônica Comércio e Arte, na corte do Rio de Janeiro, sendo seus trabalhos interrompidos em 30 de março de 1818, quando o Imperador D. João VI emitiu um Alvará Régio, "Lesa Majestade", obrigando as sociedades secretas, de qualquer forma e denominação no território luso brasileiro cessarem suas atividades. Esta data é considerada o "Dia da Maçonaria Adonhiramita Brasileira".

A Loja Comercio e Arte retoma suas atividades novamente em 24 de junho de 1821. Precisamente em 17 de junho de 1822, a Loja, seguindo o modelo da Bahia, dividiu-se em três: “Loja Maçônica Comércio e Artes na Idade do Ouro”; “Loja Maçônica União e Tranquilidade; “Loja Maçônica Esperança de Nictheroy”. Assim, formar-se o segundo grande oriente, simplesmente denominado de "GRANDE ORIENTE BRAZILEIRO" (BRASÍLICO OU BRASILIANO), tendo sua sede instalado na Rua do Conde, de efêmera duração.

Os primeiros rituais impressos no Brasil foi uma tradução em 1833 da Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita. Sua impressão foi homologada e autorizada em 1836., sendo impressa sua primeira edição pela Tipografia Astral (arquivados na Biblioteca Nacional).

A FUNDAÇÃO DA OFICINA CHEFE DO RITO ADONHIRAMITA

O Oficina Chefe do Rito Adonhiramita nasceu, portanto, no seio do Grande Oriente do Brasil (potência mista instalada em 23/11/1831 pelo monarquista José Bonifácio). Essa potência governava os graus simbólicos e filosóficos dos ritos Adonhiramita, moderno e REAA. Além dos ritos citados, o Grande Oriente do Brasil reconhecia e praticava o Rito de Adoção (instalando em solo brasileiro) conforme contam nos boletins informativos do GOB (Boletim do Grande Oriente do Brasil: Jornal Oficial da Maçonaria Brasileira, Ano 1873/Edição 00002; Ano 1873/Edição 00003; Ano 1873/Edição 00005; Ano 1873/Edição 00006; Ano 1874/Edição 00001-00006; Ano 1892/Edição 00002; Ano 1892/Edição 00009...). A mais famosa dentre todas as lojas do Rito de Adoção gobiana foi a Loja União Escosseza.

A Loja Comércio e Artes da Idade do Ouro que estava adormecida desde 1822 volta suas atividades no Rito Escocês Antigo e Aceito, se filiando ao Grande Oriente Brasileiro (conhecido também como Grande Oriente do Passeio, fundado em 1830 e instalado em 24 de junho de 1831 pelo Senador Vergueiro). O monarquista José Bonifácio, inconformado, funda uma loja homônima, no Rito Moderno, de efêmera duração.

A primeira Loja do Rito Adonhiramita a ser fundada na dita potência monarquista foi a “Sabedoria e Beneficência”, na cidade de Niterói, (abateu colunas em 1850). Em 1839 surgiu a segunda loja do rito, denominada de “Firmeza e União” (no mesmo ano em que o Grande Oriente do Brasil instituiu o "Grande Colégio dos Ritos Azuis", incluindo o Rito Adonhiramita).

Em 1854, com a incorporação regular do Rito Escocês Antigo e Aceito ao GOB, o “Grande Colégio dos Ritos Azuis” sofreu uma transformação significativa, tendo em vista que oficialmente o REAA se incorporaria ao GOB e exigia um governo decentralizado, desta forma, foi criado em 1855, o “Sublime Grande Capítulo dos Ritos Azuis”(Ritos Moderno e Adonhiramita), que comporia colateralmente ao Supremo Conselho do REAA. O “Sublime Grande Capítulo dos Ritos Azuis” teve efêmera duração.

Em 1863, menos de dez anos após sua criação, ocorreu a dissidência liderada por Saldanha Marinho, quando foi criado e instalado o “Grande Oriente do Brasil do Vale dos Beneditinos. As Lojas fundadoras da nova potência foram as seguintes: Caridade, Comércio, Dezoito de Julho, Estrela do Rio, Imparcialidade, Philantropia e Ordem e Silêncio.

Em 1865, a novo GOB do Vale dos Beneditinos foi reconhecido pelo Grande Oriente da França e pelo Grande Oriente Lusitano, como única potência legal e legitima para o Império do Brasil. A partir deste momento, a maçonaria brasileira cresceu e floresceu por toda corte.

Passado dez anos após a cisão, precisamente em 21 de Junho de 1870, Dr. Joaquim Saldanha Marinho resolve propor a Visconde do Rio Branco (Grão Mestre do Grande Oriente do Lavradio) a fusão da maçonaria brasileira em uma única grande família. ​Após um ano da proposta, acordaram os termos da votação para a fusão. Ocorreu a votação em duas sessões como segue: a primeira, em 29/05/1872; a segunda, em 04/06/1872; sendo aprovada através do Decreto 01 (29/01/1872), e o Decreto 02 (04/06/1872). O Grão-Mestre Provisório nomeado para administrar o novo corpo foi o Dr. Antônio Felix Martins (Barão de São Félix).

No mês de setembro do mesmo ano foi realizada as eleições para o cargo de grão-mestre, sendo vencedor, o Dr. Saldanha Marinho, com 222 votos validos contra 190. ​Visconde do Rio Branco, sendo derrotado nas urnas, inconformado, declarou nula a fusão através do Decreto nº 13, de 16/09/1872 (seguindo os mesmos preceitos de José Bonifácio, deter para si o poder). A partir da edição do citado decreto voltou a atividade as duas potências, ou seja, o Grande Oriente do Brasil do Vale dos Beneditinos e o Grande Oriente do Brasil do Vale do Lavradio. Nesta ocasião passou a existir três potências maçônicas distintas: GOB-L - Grande Oriente do Brasil do Vale do Lavradio; GOB-B - Grande Oriente do Brasil do Vale dos Beneditinos; GOUB - Grande Oriente Unido do Brasil (nova potência resultado da fusão). Além das três potências citadas, existia também uma quarta, denominada Grande Oriente Brasileiro, conhecido também como Grande Oriente do Passeio (potência fundado em 1830 por Senador Vergueiro, ficando inativo entre 1864-1867).

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Em 1874, o Grande Oriente do Brasil do Vale dos Beneditinos cessou suas atividades definitivamente sendo extinto. Suas lojas se filiaram no GOUB e no GOB-L, o restante no GOP - Grande Oriente do Passeio.

O Rito Adonhiramita foi muito bem sucedido no Grande Oriente Unido do Brasil. O número de Lojas do rito suplantou aquelas do GOB-L (cinco lojas contra duas). Assim, a nova potência (resultado da fusão de 1872) criou o “Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas” através dos arts. 31 e 44, par. 3, e de sua Constituição, promulgada através do Decreto Nº 04, de 23/09/1872 (a sessão de nº 1, ocorreu em 3 de outubro de 1872, quando foi realizada a primeira eleição, sendo empossados seus Grandes Oficiais, no dia 9 de novembro de 1872, na sessão nº 2). Seu primeiro Grande-Mestre foi o Visconde de Ponte Ferreira (Dr. João Fernandes Tavares - Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 1795 — Rio de Janeiro, 10 de julho de 1874).

No GOB do Lavradio existiam duas lojas adonhiramitas: a “Firmeza e União II” (1854) , “Aliança” (1869). Para concorrer com Grande Oriente Unido do Brasil foi fundada em 1872 uma terceira loja, denominada de Loja “Redenção”, perfaziam assim, três lojas simbólicas. Com essas lojas, o GOB criou através Decreto nº 21, de 2 de abril de 1873, um homônimo (cópia), com a mesma denominação, ou seja, “Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas”. Seu Grande-Mestre nomeado foi o Dr. Joaquim José da Cunha Guimaraes.

Três anos passado do falecimento de Visconde do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos: Salvador, 16 de março de 1819 – Rio de Janeiro, 1 de novembro de 1880), ao completar dez anos da tentativa de fusão (1872), Dr. Joaquim Saldanha Marinho, demostrando todo seu amor pela maçonaria, empregando todos os meios para sua unificação, propôs novamente uma nova fusão, sendo efetuada no dia 21 de dezembro de 1882. Passando a partir de janeiro de 1883, existir tão somente, um grande oriente (extinção do Grande Oriente do Brasil do Vale do Lavradio e do Grande Oriente Unido do Brasil), simplesmente denominado de "Grande Oriente do Brasil - GOB" (atual GOB). Com a fusão, a Maçonaria Adonhiramita se solidifica em única família brasileira. Em 1883, o novo GOB contava com as seguintes Lojas Adonhiramitas Capitulares:

Aurora, Belém, PA

Discrição, RJ

Fraternidade Alagoana, Maceió, AL

Liberdade e Fraternidade, RJ

Modestia, Morretes, RS

Mistério, RJ

Perfeita Amizade Alagoana, Maceió, AL

Segredo, RJ

União e Fidelidade, Santarém, PA

Liberdade, RJ

Firmeza e União II, MA

Aliança, RJ

Redenção, RJ

Asilo da Prudência, RJ

Frank-Hiramita, RJ

Descrição, RJ

Aliança e Vigilância de Niteroy, RJ

Luiz de Camões, RJ

AS CISÕES NO GRANDE ORIENTE DO BRASIL

FUNDAÇÃO DO GRANDE ORIENTE DE SÃO PAULO

Surge em 1893, um grupo de lojas lideradas por Dr. Martim Francisco Ribeiro de Andrada III, insatisfeitas com o resultado da fusão dos dois grande orientes, desejando independência e autonomia da maçonaria paulista, resolveram fazer uma nova cisão, criando assim, em 28 de maio de 1893, um novo corpo maçônico, autônomo, independente, simplesmente denominado de GOSP - GRANDE ORIENTE DE SÃO PAULO (1993-1901). Foram diversas lojas que idealizaram a fundação da nova corporação maçônica, dentre elas, os jornais da época destacam: Loja América, Loja Harmonia e Caridade, Loja Itália, Loja Roma, Loja 7 de Setembro, Loja União Paulista e Loja 20 de Setembro. Na mesma data foi fundada a Loja 28 de Maio, no Rito Moderno. Nos meses seguintes outras lojas foram fundadas e filiadas ao GOSP.

O primeiro Grão-Mestre nomeado para dirigir o GOSP foi o Dr. Martins Francisco Ribeiro de Andrada, tendo como 1º e 2º Grandes Vigilantes, Grande Orador, Grande Secretario, respectivamente: Dr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva; Dr. Gerônimo Couto; Dr. Lambert César Andreini; Geraldo Bibas.

Através do Decreto 119, de 22 de junho de 1894, o Grande Oriente do Brasil suspendeu os direitos das Lojas que fundaram o GOSP, expulsando-as perpetuamente da potência.

Entre 1894 a 1899, inspirado pela maçonaria paulista, ocorreram outras cisões nos estados de Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, seguindo o modelo do GOSP.

Em 1897, conforme relatam os jornais da época, houve uma tentativa de unificação do GOB com GOSP, mais sem sucesso. No mesmo ano, as Lojas América e Itália romperam com GOSP e retornaram para o GOB. Neste mesma época, o GOSP fundou um novo Supremo Conselho independente federado ao Supremo Conselho Italiano, com sede em Nápoles. As lojas subordinada ao GOSP praticavam o REAA, enfraquecendo substancialmente o Rito Adonhiramita.

Graças a persistência, o carisma e liderança do Grão-Mestres Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiuva, seguido de Lauro Nina Sodré e Silva, em 1901, a fusão do GOSP e GOB se concretiza, quando da alteração da constituição do GOB e criação e instalação das potências estaduais.

As Lojas Roma e Itália, através dos decretos 181 e 282, datados de 30 de abril de 1901 (Boletim do Grande Oriente de Brasil, Ano 1901/Edição 00001-0002) foram reintegração a federação. O GOSP permaneceu como potência estadual federada ao Grande Oriente do Brasil.

Em 1917, Nilo Procópio Peçanha tomar posse no grão mestrado do GOB e a crise na maçonaria paulista volta novamente com força e vigor.

A FUNDAÇÃO DO GRANDE ORIENTE INDEPENDENTE PAULISTA

As lojas maçônicas "Sadi Carnot (Piratininga)", "Germinal" (Piratininga), "Humanitas" (Piratininga), "Rio Branco II" (São José dos Campos) fundaram em 1903 (Diário da Tarde, Ano 1903 Edição 01279), uma nova potência simbólica estadual independente, simplesmente denominada de GOIP - GRANDE ORIENTE INDEPENDENTE PAULISTA (1903-1918), sendo incorporada em 1906 ao projeto, a Loja Maçônica "Amor e Caridade nº 313". Nos anos seguintes outras lojas foram sendo incorporadas e fundadas ao GOIP. A nova potência foi instalada pelo Grande Oriente do Rio Grande do Sul.

Com a posse do Grão-Mestre Nilo Procópio Peçanha, as lojas dessa potência foram sendo incorporadas no GOESP - Grande Oriente Estadual de São Paulo (resultado da fusão do GOSP e GOB em 1901). Em 1918, a potência foi extinta definitivamente.

A FUNDAÇÃO DO GRANDE ORIENTE AUTÔNOMO DE SÃO PAULO

Em 09 de janeiro de 1916, as lojas italianas independentes "Libertas", "Fratellanza Universale", "Giustizia e "Giuseppe Mazzini" fundaram uma nova potência simbólica no Estado de São Paulo, denominado de GOASP - "GRANDE ORIENTE AUTÔNOMO DE SÃO PAULO (1916-1922), sendo incorporada ao projeto, a Loja Maçônica "Lavouro Fratellanza (Cravinhos). Foi nomeado como Grão-Mestre, o Prof. Dr. Arthur Guaniery, tendo como Grão-Mestre Adjunto, o Dr. Antônio Piccarolo, ambos italianos.

A partir desse momento, passou a existir as seguintes potências simbólicas no Estado de São Paulo: a) GOASP - Grande Oriente Autônomo de São Paulo, com sede a Rua José Bonifácio, 39; b) GOIP - Grande Oriente Independente Paulista, com sede a Rua Luiz Gama, 137; c) GOESP - Grande Oriente Estadual de São Paulo (GOB), com sede a Rua Tabatinguera, 74.

Todas as lojas maçônicas do GOASP eram formadas por imigrantes Italianos e seus descendentes. Essa potência se dedicou intensamente as causas operárias e ao socorro mútuo dos necessitados paulista afetado pela gripe espanhola. Tinha como lema e bandeira: "O Amor e a Fraternidade". Na momento em que o Brasil enfrentava a peste, denominada de Gripe Espanhola, ao contrario das demais potências, o GOASP transformou suas instalações em prontos socorros para atender a população. Essa potência tinha relações fraternais com o Grande Oriente de Itália. - GOI

Com a renuncia em 1921 do Prof. Dr. Artur Guaniery, ao cargo de Grão-Mestre, as lojas do GOASP passaram a aderir o GOESP - Grande Oriente Estadual de São Paulo (antigo GOSP), levando a potência a extinção. As Lojas Francisco Ferrer (São Paulo) e Águia Negra (Espirito Santo do Pinhal), logo após a posse do Grão-Mestre Mário Marinho de Carvalho Behring, retornaram em 1922 para a federação do GOB.

A REINSTALAÇÃO DO GRANDE ORIENTE DE SÃO PAULO

Conforme relatam os documentos históricos, logo após a posse do Grão-Mestre Nilo Peçanha, os ânimos dos maçons paulistas se alteraram (1917-1920), quando teve início uma série de eventos que levariam à uma possível dissidência da maçonaria paulista. O GOSP se torna novamente autônomo e independente. Com acordo politico, em 29 de Julho de 1921, o potência foi reinstalado no Grande Oriente do Brasil, voltando a ser potência estadual.

De acordo com José Castellani e outros autores, no mesmo ano, o Grão-Mestre Estadual do Grande Oriente Estadual de São Paulo, Dr. José Adriano Marrey Júnior, convocou uma reunião com as 65 Lojas paulistas para decidir as atitudes que deveriam ser tomadas sobre uma nova cisão, votando a proposta de Marrey Júnior de retirar o Grande Oriente Estadual das fileiras do GOB. Das 53 Lojas participantes dessa reunião, apenas a Loja Piratininga votou contra a separação, justificando seu voto e retirando-se da reunião. O Poder Central reagiu violentamente, declarando pelo Decreto nº 694, de 27 de outubro de 1921, a suspensão do Grande Oriente do Estado de São Paulo e cassação das Cartas Constitutivas das lojas dissidentes.

Em 1928, Dr. Marey Jr. e Octávio Kolly celebram um novo acordo para o retorno do Grande Oriente de São Paulo ao GOB, entretanto, só foi reincorporado definitivamente quando da assinatura do Decreto nº 939, de 11 de maio de 1929, tornando-se novamente potência estadual onde permaneceu ate 2018. Atualmente, a potência se encontra em processo de degradação maçônica.

OUTRAS CISÕES NA MAÇONARIA BRASILEIRA

Além das cisões citadas, houve também as cisões de 1927, fundação das Grandes Lojas Simbólicas Brasileiras (CMSB) em vários estados da federação, liderada por Mario Marinho de Carvalho Behring.

Outra cisão ocorreu em 1948 no seio da maçonaria paulista e mineira, os maçons alteram-se os ânimos e fundam o Grande Oriente Unido e seu Soberano Supremo Conselho em São Paulo e o Grande Oriente de Tiradentes e seu Supremo Conselho em Minas Gerais.

Em 1973, foi uma das maiores cisões ocorrida na maçonaria brasileira, surge os Grandes Orientes Independentes, atualmente (COMAB).

Todas as cisões ocasionaram perdas irreparáveis para o Rito Adonhiramita e para Sublime Capitulo dos Cavaleiros Noaquita para o Brasil, levando o Rito e sua Oficina Chefe quase a extinção.

O EXCELSO CONSELHO DA MAÇONARIA ADONHIRAMITA

O Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas passou a se chamar em 1953 de "Muito Poderoso e Sublime Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil", Oficina Chefe do Rito, autônoma e independente.

Conforme documentos históricos, em 15 de abril de 1968, era assinado entre o Grão-Mestre do GOB, Dr. Álvaro Palmeira e o Presidente do “Muito Poderoso e Sublime Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil”, Dr. Josué Mendes, um tratado de aliança e amizade.

Em 1973, ocorreu uma grande reviravolta no Rito Adonhiramita, neste ano, treze Grandes Orientes Estaduais se desligaram do GOB, significando uma perda catastrófica para o rito. A maior parte das lojas praticantes do Rito Adonhiramita, que fundaram ou migraram para as potências autônomas passaram a praticar o Rito Escocês.

Para recuperar o Rito Adonhiramita dentro do GOB e dentro do “Muito Poderoso e Sublime Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil” era necessário atrair maçons de outros ritos. Dessa forma, em 1973, o “Muito Poderoso e Sublime Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil” muda sua denominação social para “Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita” (ECMA). Restava ainda a completa reformulação do rito para que se tornasse mais atrativo para uma população maçônica majoritariamente do REAA, ou seja, habituada a um sistema de 33 graus e que não se sentiria atraída por um rito com apenas 13 graus.

Precisamente em 02 de junho de 1973, ocorreu uma reforma administrativa que o transformou o Sublime Capitulo no Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita, passando a partir de então, de 13 para 33 graus.

Dentro poucos anos, o Rito Adonhiramita estava completamente transformado ou poderíamos assim dizer, destruído sua essência (reneado). Foi Introduzido no rito o que chamamos de "Cerimônias Extras" que nada tem haver com o rituais originais, tais como: cerimonial de incensação; cerimonial das luzes; movimento para troca de bolsa; infinito; uma acentuada influência ocultista e uma tendência a contínuas de modificações que nada tinha haver com o rito; um misto de religião e ocultismo.

Atualmente, o Rito Adonhiramita é praticado no Brasil por todas as potências regulares, em Portugal, Uruguai e França.

CONCLUSÃO

A cada dia que se passa, a Maçonaria Adonhiramita e seus rituais vem sendo modificados sem nenhum critério pelas potências simbólicas e filosóficas e seus pseudo-doutores em filosofia maçônicas, incluindo em seus traçados, ações, palavras e orações que não fazem parte da essência da Maçonaria Adonhiramita. O Rito vem sendo fragmentada, modificado e destruído, ano após ano.

Pesquisa desenvolvida por: JMendes, MI, GR-33 (Adonhiramita e REAA)

Rito Adonhiramita
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