JOÃO NUNES DA SILVA TAVARES
BARÃO DE ITAQUI, militar, maçom progressista e revolucionário. Nasceu em 24 de maio de 1818, Herval, Rio Grande do Sul. Filho do General João da Silva Tavares (primeiro e único Barão e Visconde de Cerro Alegre) e D. Umbelina Bernarda da Assunção. Sentou na praça em 19 de setembro de 1835, na véspera de estourar a Revolução Farroupilha, tendo acompanhado seu pai e se juntado ao lado legalista. Três dias mais tarde teve seu batismo de fogo no arroio Telho, combatendo as forças revolucionárias de Gervásio Verdum. Em seguida, seguiu para Pelotas e no caminho, próximo a São Lourenço, ajudou no combate às forças do coronel Antônio Gonçalves da Silva, em 19 de outubro. Refugiou-se no Uruguai, retornando em 1836 para tomar parte no combate do Rosário, sendo feito prisioneiro pelo coronel Corte Real. Na Batalha do Seival é novamente preso, instado pelo farroupilhas a mudar de lado, recusa-se inclusive a permanecer neutro, motivo pelo qual é mantido preso. Mais tarde é libertado, através da intermediação do chefe uruguaio Calengo. Após um curto descanso na fazenda da família em Taquari retorna ao combate, junto à seu pai. Atacado e sitiado, perto de Arroio Grande, pelas forças de Davi Canabarro, é obrigado a capitular, sendo feito, novamente prisioneiro, com seu pai. Ambos fogem e formam uma nova brigada. Em 1840, combate o coronel Florentino Manteiga, em 1841, comandante de guerrilha, ajuda na derrota do major Félix Vieira, e em seguida, sob o comando do coronel Serafim Inácio dos Anjos, derrota o major Quero-quero. Mais tarde serve nas forças do general João Paulo, e depois do coronel Manuel dos Santos Moreira. Encarregado da defesa de Pelotas, ali recebe ao Barão de Caxias, nomeado presidente da província e comandante das armas. Com Tratado de Ponche Verde, termina a revolução, Joca Tavares tinha o posto de major, com 27 anos de idade e 10 de combate, tendo conquistado todas suas promoções por atos de bravura. Quando da Guerra contra Aguirre, em 1864, se voluntaria às tropas do general João Propício Menna Barreto, participando da tomada de Paiçandu, Uruguai. O Coronel João Nunes da Silva Tavares (A Vida Fluminense, 1870). Promovido à coronel, ao iniciar a Guerra do Paraguai, no ano seguinte, organiza um corpo de voluntários para liberar Uruguaiana. Após a retomada da cidade, 18 de setembro de 1865, segue para Bagé como comandante de brigada. Incorpora-se, pouco depois, ao 3° corpo de exército, comandado pelo General Osório, com o qual marcha para o Paraguai. Participou nos reconhecimentos de Passo-Pucu, Espinillo e da trincheira de Humaitá. Depois, em 1868 combate em Palmas, recebendo a medalha do mérito militar por sua ação no combate de 11 de dezembro. No dia 21 combate em Lomas-Valentinas, na linha Paqueceri, até o forte render-se. Em 1869, segue para Assunção, onde aguarda a chegada do novo comandante em chefe, Conde D'Eu. Combate sucessivamente em Peribebui, Campo Grande, Picada de Caraguataí, bate em Itopitanguá as forças do coronel Caneto, vence em Loma-Uruquá ao coronel Chênes. Braço direito do visconde de Pelotas, comandava sempre a vanguarda de suas forças. Em uma das ocasiões, ao transpor o arroio Negla, aprisiona o coronel Salinas e por ele toma conhecimento do paradeiro de Solano López, na margem esquerda do arroio Aquidaban. Após avisar seus superiores, que para lá deslocaram as tropas, chega em 28 de fevereiro de 1870 a Aquidaban. Ataca o acampamento de Solano, que morre em fuga. Terminada a guerra foi nomeado brigadeiro honorário do Exército, em 11 de maio de 1870, recebendo também o título de barão de Itaqui e cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro, além de receber a medalha da Campanha do Paraguai, com passador de ouro. Em 1871 foi nomeado comandante da Guarda Nacional em Bagé, tendo sido comandante da guarnição de fronteira de 1874 a 1878. Entre maio de 1886 e julho de 1889, serviu sob o comando do marechal Deodoro da Fonseca, quando pediu exoneração, no mesmo mês declarava-se republicano e renunciava ao título de barão. Proclamada a República é nomeado comandante da guarnição de Bagé, até ser exonerado em 18 de janeiro de 1892. Em 17 de junho de 1892, Vitorino Ribeiro Carneiro Monteiro tornou-se presidente temporário do estado do Rio Grande do Sul na sucessão ao Marechal José Antônio Correia da Câmara, enquanto aguardava a instalação de um novo presidente. No mesmo dia, Júlio de Castilhos, candidato do Partido Republicano Riograndense, (PRR) se proclamou presidente em Porto Alegre. O governo durou apenas um dia, pois, no mesmo dia, Joca Tavares, filiado ao Partido Federalista do Rio Grande do Sul, e também se proclamou presidente na cidade de Bagé, onde permaneceu no poder até 04 de julho de 1892. Quando Júlio de Castilhos novamente se tornou presidente do Estado do Rio Grande do Sul em 1893 (pela terceira vez), Joca Tavares se revoltou e iniciou uma guerra civil que logo se tornaria uma revolta generalizada contra os que eram apoiados pelo governo republicano do Brasil. Este confronto ficou conhecido por Revolução Federalista, e durou até 1895, quando ele e Inocêncio Galvão assinam a paz em Pelotas. Posteriormente seu nome foi usado para dar nome à praça Barão de Itaqui, situada entre os estações do metrô Tatuapé e Carrão, na zona leste da cidade de São Paulo. Foi iniciado na maçonaria na Loja União Constante, fundada a principio, no Grande Oriente Brasileiro, migrando para o Grande Oriente do Brasil, por fim, filiou no Grande Oriente dos Beneditinos. Fundou lojas ecléticas no rio Grande do Sul quando da Revolução Federalista, ao lado de Silveira Martins e irmãos Saraiva. Faleceu em Bagé, em 09 de janeiro de 1906.
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